domingo, 14 de junho de 2009

Violência Doméstica da Mulher contra o Homem



Entendi, até para variar um pouco dando folga à corja do costume, reflectir sobre este delicado fenómeno que ainda é muito pouco discutido e que, paradoxalmente, é a forma de violência doméstica que maior crescimento tem tido, em paralelo com a exercida contra a pessoa idosa.
A violência doméstica é um problema universal que atinge milhares de pessoas, em grande número de vezes de forma silenciosa e dissimuladamente.
Trata-se de um problema que atinge ambos os sexos e não costuma obedecer a nenhum nível social, económico, religioso ou cultural específico.
A sua importância é relevante sob dois aspectos: primeiro, devido ao sofrimento indescritível que imputa às suas vítimas, muitas vezes silenciosas e, em segundo, porque, comprovadamente, a violência doméstica pode impedir um bom desenvolvimento físico, psicológico e social da vítima.
Neste Post, abordo apenas a violência doméstica exercida contra o homem.

Tipos de Violência

A violência doméstica, segundo alguns autores, é o resultado de agressão física ou psicológica ao companheiro ou companheira, aos filhos, aos pais e a outros familiares.
O homem vítima de Violência Doméstica, geralmente, possui pouca auto-estima (por desemprego, depressão, alcoolismo, etc.) e encontra-se preso à relação com quem agride, por dependência emocional ou material. A agressora sabe-o e faz uso disso. Geralmente acusa a vítima de ser o responsável pela agressão, a qual acaba por sofrer uma enorme culpa e vergonha.
Em algumas situações, que felizmente não representam a maioria, a violência doméstica persiste cronicamente porque a vítima apresenta uma atitude de aceitação e incapacidade de se desligar daquele ambiente, quer sejam por razões materiais, quer sejam emocionais. Para entender o tipo de personalidade do agredido persistentemente ligado ao ambiente de violência doméstica, poderíamos compará-la com a atitude descrita como co-dependência, encontrada em alcoólicos e toxicodependentes.


Violência Psicológica

A Violência Psicológica ou Agressão Emocional, às vezes é tão ou mais prejudicial do que a física. É caracterizada por rejeição, depreciação, discriminação, humilhação, desrespeito e punições exageradas. Trata-se de uma agressão que não deixa marcas corporais visíveis, mas emocionalmente causa cicatrizes indeléveis para toda a vida.
Um tipo comum de Agressão Emocional é a que se dá sob a forma de comportamentos de “chamadas de atenção”, cujo objectivo é mobilizar emocionalmente o outro para satisfazer a necessidade de carinho e de importância, sobretudo se estes afectos lhe foram negados na infância. A intenção da agressora passa por mobilizar outros membros da família, tendo como “isco” algum estado que exija atenção, cuidado, compreensão e tolerância.
É muito importante considerar a violência emocional produzida pelas pessoas com esta personalidade pelo facto dela ser predominantemente encontrada em mulheres, já que, a quase totalidade dos artigos sobre Violência Doméstica, dizem respeito aos homens agredindo mulheres e crianças.
Este é um lado da violência onde o homem sofre mais.
É um comportamento caracterizado por um colorido dramático e com uma notável tendência de buscar atenção contínua. Normalmente a agressora conquista os seus objectivos através de um comportamento afectado, exagerado, exuberante e por uma representação que varia de acordo com as expectativas de quem a ouve. Mas a sua natureza não é só movimento e acção: Quando ela percebe que ficar calada, reclusa ou isolada no quarto, ou com ares de “não querer incomodar ninguém”, é a atitude de maior impacto para esta situação de violência. Assim, acaba por conseguir o seu objectivo comportando-se dessa forma.
Através das suas atitudes a agressora consegue ainda manipular os demais membros da família.
Outra forma de Violência Emocional é fazer o outro sentir-se inferior, dependente, culpado ou omisso. É um dos tipos de agressão emocional dissimulada mais terríveis. A mais virulenta atitude com esse objectivo é quando a agressora faz tudo correctamente, impecavelmente certinho, não com o propósito de ensinar, mas para mostrar ao outro o tamanho de sua incompetência. A agressora com este perfil tem prazer quando o outro se sente inferiorizado, diminuído e incompetente.
As ameaças de agressão física (ou de morte), bem como as crises de quebra de utensílios, mobílias e documentos pessoais também são consideradas violência emocional, pois não houve agressão física directa. Quando o conjugue é impedido de sair de casa, ficando trancado, também se constitui por violência psicológica, assim como os casos de um controlo excessivo e ilógico dos gastos da casa.

Violência Verbal


A violência verbal normalmente dá-se concomitante à violência psicológica. Algumas agressoras verbais dirigem igualmente a sua artilharia contra outros membros da família.
Em decorrência da sua menor força física e da expectativa da sociedade em relação à violência masculina, a mulher tende a especializar-se na violência verbal.
Por razões psicológicas íntimas, normalmente decorrentes de complexos, traumas de infância e conflitos, algumas pessoas utilizam-se da violência verbal infernizando a vida de outras, querendo ouvir, obsessivamente, confissões de coisas que as vitimas não fizeram. Estas, atravessam noites nessa tortura verbal sem fim: "Tu tens outra”; “Tu olhaste para fulana”; “Confessa, tu querias ter ficado com ela" e outro tipo de insinuações, normalmente argumentadas sob o rótulo de um relacionamento que deveria se basear na verdade.
A violência verbal existe até na ausência da palavra, ou seja, até nas pessoas que permanecem em silêncio. A agressora verbal, vendo que um comentário ou argumento é esperado para o momento, cala-se, emudece, vira as costas e, evidentemente, esse silêncio tortura mais a vitima do que se tivesse dito alguma coisa.
Nesses casos a arte da agressora está, exactamente, em demonstrar que tem algo a dizer e não diz. Por exemplo, aparenta estar doente mas não se queixa, mostra estar contrariada, "amua " e não fala, e assim por diante. Ainda agrava mais a agressão quando atribui a si a qualidade de "estar quietinha no seu canto", de não se queixar de nada, causando maior sentimento de culpa às vítimas.
Ainda dentro desse tipo de violência estão os casos de depreciação do trabalho do outro. Um outro tipo de violência verbal e psicológica diz respeito às ofensas morais. As esposas costumam ferir moralmente quando insinuam que o outro tem amantes. Muitas vezes a intenção dessas acusações é mobilizar emocionalmente o outro, fazendo-o sentir-se diminuído. O mesmo peso de agressividade pode ser dado aos comentários depreciativos sobre o corpo do conjugue.

Bibliografia:
PGR, "Violência Doméstica", 2002
Site da APAV, 14/06/2009;
Cosme Pinto, Paula, “Quando as Vitimas São Eles”, Jornal Expresso, 23/05/2009;
Neves, Céu, “Homens queixam-se cada vez mais de maus tratos”, Jornal D.N, 22/02/2005.

7 comentários:

Anónimo disse...

Uma lei para ser respeitada, precisa ser justa. Se a lei favorece apenas uma das partes, mesmo parecendo que não existe ou mesmo é raro a outra parte sofrer alguma coisa, se torna falha. A pior coisa é existir falhas principalmente no que se refere as leis. Isso pode gerar uma violência muito maior do que as que ja existem.
A coisa deveria ser levada em conta de acordo com uma avaliação física, pois é bem mais grave agredir a um idoso ou a um debilitado físico, que a uma mulher em plena forma física, e ainda partindo pra cima de você.

Anónimo disse...

EU SOFRO DESSE TIPO DE VIOLÊNCIA. MINHA ESPOSA É AGRESSIVA AO EXTREMO. MUITAS VEZES DIFUNDE AQUILO QUE EU DISSE COMO ALGO GRANDE E ACABA POR ME HUMILHAR PSICOLOGICAMENTE E MUITAS VEZES FISICAMENTE. É PRA QUE CHEGUE AO FIM, EU MUITAS VEZES AINDA TENHO QUE PEDIR DESCULPAS. SABE, EU QUERO ME SEPARAR DELA, PORÉM TENHO MEDO DE QUE ELA VENHA ATÉ O MEU TRABALHO E FAÇA UM ESCANDÂLO. GOSTARIA QUE ALGUÉM ME AJUDASSE

Anónimo disse...

Preciso de ajuda também, no meu caso como proceder, estamos morando separados, mas semana passada ela veio em casa e discutimos, após a discussão tirei minha aliança e joguei na parede, ela voltou para dentro de casa pegou a aliança e veio em cima de mim, pedi para me dar a aliança e ela teimosamente fechou a mão com força, segurei a mão dela e falei que só soltaria quando a mesma me devolvesse o anel, após alguns segundos de insistência ela diz que eu a estava agredindo, começa a gritar alto, como q para os outros ouvirem, morri de vergonha e para completar a mesma colocou o anel na boca, nessa hora não pensei duas vezes, meti o dedo na boca dela para tirar o anel senão ela o engoliria e nessa hora ela mordeu o anel e cortou o lábio, em seguida começou a cuspir na minha camiseta e falar que eu havia machucado ela, nisso ela pega o anel e joga na parede se levanta vai ao banheiro e ao chegar na frente dela recebo 3 tapões na cara que me deixaram com o olho roxo até hj, sinto vergonha de sair de casa pelos gritos que os vizinhos escutaram e pelo olho roxo, pois nesse caso para eles eu sempre serei o culpado, falei que iria fazer um BO na delegacia e ela pegou a camiseta que a mesma cuspiu e falow q levaria para ela fazer um BO...fiquei sem reação e estou aqui hj enfiado dentro de casa com vergonha de sair um olho roxo e ela na casa dela sem nem ligar nem nada??? Como me proteger, o que fazer num caso desses??Eu realmente errei?Sempre que falo para irmos no cartório assinar o divórcio ela vem com bilhões de argumentos

Anónimo disse...

Eu passo pela mesma situação desde o noivado. Minha esposa é estúpida, intolerante e extremamente agressiva e irritada. Constantemente, desde que nos casamos a 17 anos, que passo pelo mesmo que os amigos aqui em cima contaram. Ela grita palavrões, me xinga de tudo de pior que existe e quando eu insisto em não reagir, ela passa a me agredir fisicamente. E como não tenho sangue de barata, acabo por agredi-la também. E isso tudo na frente do nosso filho, que desde que nasceu vê tudo isso acontecer, apesar de eu suplicar à ela para que poupe a criança disso. Peço ajuda também, encarecidamente, pois não tenho coragem de contar isso prá ninguém e sei que minha separação dela será extremamente litigiosa. Não quero nada, deixo tudo o que tenho prá ela, só quero minhas roupas e minha vida de volta. Se alguém puder me ajudar, por favor...

Anónimo disse...

meu irmão tem o mesmo problema,a esposa dele parace ter problemas mentais. Ele não tem mais vida social, não pode falar com a família e nem pode levar a filha para visitar ninguem. Ele tem medo de se separar e não conseguir a guarda da criança, detalhe: ela não trabalha porque não consegue se relacionar com as pessoas e um grau de instrução muito baixo, ela é dependente finaceira dele.

kiko disse...

Estou me a ver ao espelho

kiko disse...

Estou me a ver ao espelho